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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Vem bater na minha janela

Hoje escrevo-te porque as palavras ditas deixaram de soar a palavras ditas.Saem da minha boca como se não tivessem sido proferidas, nem tu as ouves nem eu as digo realmente. Se te escrever  podes ler e se não leres hoje estou certa de que chegará um dia em que entenderás em cada frase o sentido omisso do que te disse. Por agora observo-te de longe, borboleta sem destino que voa em todas as direcções menos na minha.  Só tu  tens olhos cor de mar e o sorriso nas estrelas que à noite vais buscar. As borboletas do meu jardim não são assim, têm todas um olhar vulgar e um sorriso tão belo que dá vontade de chorar, não iluminam o mundo como tu. Lê apenas o que escrevo, borboleta cor de mel, partilho contigo o coração numa arritmia perigosa que ignoramos sem pensar. Desce das estrelas, borboleta cintilante, mas não te esqueças de bater na minha janela. 

Porque às vezes escrevo assim... 

Tixinha

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