Ouço o relógio, tic tac, tic tac. Desligo o botão e o tempo continua tic tac, agito-me na incerteza de ter parado de sentir. Olho à volta e os relógios continuam num compasso elegante tic tac tic tac, ignorando a agitação do meu corpo que se move sem sentido. Preciso de parar o tempo neste momento. Os instantes sucedem-se ignorando o meu desejo. Música, volume no máximo, tic tac tic tac tic tac... volume mais alto mais alto mais alto, tic tac. Nada fará parar este tempo, molho o tempo, o peso debaixo de água pesará menos ou vencerá com mais facilidade a força gravítica. Pego no tempo e mergulho-o num rio qualquer, bem fundo, tic tac, o tempo passa. Volto para casa e percebo que o tempo acabou tendo-me ocupado com a preocupação de o parar.
Tixinha
Tic tac tic tac a preocupação e a ocupação no tempo fez o tempo passar tão rápido. Queremos tanto parar o tempo que torna-se uma tarefa difícil os relógios param se os tiramos as baterias, os sinos deixam de tocar se os desactivarmos... mas o tempo esse contínua veloz. O tempo solar e lunar são um ciclo, não param... ficamos ciclo a ciclo acordados viríamos que o tempo demora tempo a passar... até chegarmos ao ponto que o tempo seria o mesmo todos os dias. Realmente eu também gostaria de ter parado no tempo ou menor fazer uma viagem no tempo... mas este tempo não me permite, dá nos a incógnita do tempo de amanha e a saudade do tempo de outro-hora. Saudades desse tic tac tic tac em que o tempo sabia que nos dava tempo para tudo! Ao fim deste período será que tivemos tempo para tudo?
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